John Rawls traz argumentos sobre a posição original na qual
ele possui uma percepção mais abstrata do que as teorias do contrato social
tradicionais, porque não se trata um contrato que funda a sociedade civil nem
de um pressuposto estado de natureza, mas em sua teoria ele apresenta uma concepção de justiça que
surge de um consenso original e estabelece princípios para a estrutura básica
da sociedade democrática constitucional que já está instituída.
Esta posição original, que é uma situação hipotética, tem o
propósito de mostrar que os princípios da justiça são o resultado de uma forma
de escolha equitativa e com a argumentação de Rawls pressupõe que os
representantes, pessoas livres e iguais sujeitas a restrições razoáveis escolham
de modo racional os princípios da justiça. E para que esses princípios de
justiça sejam escolhidos de forma imparcial e justa para todos, as pessoas não
devem ter conhecimento de suas condições econômicas e sociais, e também devem
estar sob um véu da ignorância:
“Entre as
características essenciais dessa situação está o fato de que ninguém conhece
seu lugar na sociedade, sua classe ou seu status social; e ninguém conhece sua
sorte na distribuição de dotes e habilidades naturais, sua inteligência, força
e coisas semelhantes. Presumirei até mesmo que as partes não conhecem suas
concepções do bem nem suas propensões psicológicas especiais” (RAWLS, 2008, p.
14-15).
O véu da ignorância tem como objetivo principal garantir que
na escolha dos princípios de justiça ninguém seja favorecido ou desfavorecido
nesta sociedade que é marcada pelo pluralismo, ou seja, com o véu da ignorância
ninguém iria se beneficiar na hora de justificar a escolha de princípios,
porque não seria possível conhecer seu lugar presente e nem futuro na
sociedade, não saberiam se eram ricos ou pobres, qual era sua raça, seu gênero,
seu status social e nem se tinham talentos ou habilidades naturais.
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